quarta-feira, novembro 29, 2006

Obsolecência cine qua non

Why do all your gadgets break ?

Confirmado (pelo menos para mim) nostalgia ou amor excessivo às coisas materiais só nos trazem mais problemas.

A suspeita

Tem algum tempo, anos eu diria, que venho observando a estupidez das pessoas e muitas vezes minha também ao desejar um novo bem, carro, roupa, gadget ou o que quer que seja, para ficar em linha com a tendência.

Eu começei a notar isto na época dos vídeoscassetes, que ficavam obsoletos antes mesmo que as pessoas pudessem usufruir de todas as suas funções. Mas eu gostava de manter a versão mais antiga, por isto comprei uma cabeçote extra para um G-41 da Panassonic (198x)... Resultado, a cerca de dois meses me desfiz do mesmo, funcionando, dando-o ao porteiro do prédio sem ter usado o cabeçote.

Em 1999 montei o meu último PC e passei raiva com ele 1 ano e em janeiro de 2000, comprei um Dell que funcionou bem até março deste ano quando deu sinais de cansaço no HD.

Era um petium III que me atendeu muito bem e me fez tomar a decisão de nunca mais comprar micros "montados", até por que hoje em dia os computadores "de marca" estão numa relação custo x benefício muito superior aos "genéricos" e é flagrante o declínio dos "montadores de micro" que estão se tornando VAR´s (integradores) de produtos conhecidos, até porque usuários médios já perceberam que não compensa pagar o mesmo por um produto genérico no mercado "black".

A performance dos micros "genéricos" podem até ser maior para atender a uma faixa limitada de usuários específicos, mas estes encomendam e montam as suas prórprias máquinas que costuma sair muito mais caro do que uma "de marca".

Lembrei também dos famosos relógios digitais que surgiram para desbancar os convencionais na década de 80. Eram tantas funções que ver horas ficava relegado a segundo plano.

Hoje o mesmo se dá com o celular, que como telefone, tem esta função como secundária, já que jogos, torpedos, agendas, internet, etc é que estão alavancando as vendas.

O mesmo pode ser observado com carros, apartamentos, roupas e tudo mais.

O comportamento adequado

Render-se. Sim, não adianta lutar contra o inevitável consumismo. Mas não se entregar.
Comprar e cuidar bem e usar o mais moderno, mas maximizar a vida útil até onde der e não se basear na corrente consumista para decidir-se pela compra.

Carro ficou velho? Não compre usado. Financie um novo e ande a 60 km/h. Estou fazendo isto e funciona muito bem! Mas o carro não consegue andar mais que isto? Sim, consegue, mas se você o fizer ele vai durar apenas os 5 anos para os quais foram projetados. Quando der 5 anos, venda-o pois conseguirá um bom preço pois ele estará bem cuidado.

Apartamento. A média de vida de um apartamento é de 15 anos... Não compre um mais velho do que 10 e venda-o neste limite... Mas é a casa dos meus sonhos, pô ?! Sim, mas seus sonhos virarão pesadelos de manutenção após esta data.

Roupas, use o básico - jeans e camiseta - e alugue roupas para ocasiões especiais, pois guardá-las é mania. E por ai vai...

Obsolescência planejada

Sim, ela existe e é planejada deste o início da era industrial. Só que o quadro está mais acirrado devido ao crescente consumismo, que alimenta a falta de ética, moral e hipocrisia da indústria moderna, inclusive no setor de serviços, e o Marketing é a ferramenta ideal para agilizar o todo processo e nos colocar insatisfeitos com o que temos e somos, gerando o impulso não-natural de que precisamos sempre de mais do que temos.

Conclusão

A vida consumista pode levar-nos ao desgaste prematuro e, segundo Epícuro, as coisas materiais não vão trazer a felicidade e serenidade, necessárias ao bem-estar e a saúde.

Mas diante da obsolescência planejada isto é muito difícil e lidar com ela fica sendo, portanto, um comportamento de primeira necessidade.

Refs:

Descarte de eletrônicos - triste realidade!
Epicuro - na Wikipedia
Epicuro - em Consciência

Edits: correções minors, acréscimo de links

segunda-feira, novembro 27, 2006

Windows->Ubuntu->Debian->... -> ?

Microsoft, Novell, and now Ubuntu join to boost Apple and Debian

Ou o Inferno Congela...

Putz... tá cada vez mais complexo usar um sistema.

Este novo arranjo da Microsoft com a Novell está complicando um pouco a relação do mundo free com a parte proprietária da coisa.

Acho que finalmente as grandes empresas estão dando o troco ao mundo Open Source e tirando proveito do que é inevitável: o domínio do software livre.

Da parte do Stallman, fica realmente a boa recomendação: porque usar um software proprietário, se temos produtos free que atendem a necessidade.

Da parte da Microsoft, fica a experiência em tornar as coisas fáceis e acessíveis.

Seria realmente boa, a harmonia entre as partes. Mas a Microsoft mexer no Debian ou adotá-lo, me parecia inimaginável. Depois de usar e gostar do Ubuntu, temo que a Microsoft crie o seu "Winux" nos moldes da Ubuntu (interface eles souberam fazer bem feito, mas a da Microsoft ainda é mais atrante e vai dominar fácil).

Após usar o Ubuntu por um bom período (quase um ano) voltei para o Debian e percebi que as coisas não estão mais como antigamente, esta turma do dunc-tank, parece muito com as boards de grandes empresas, daí a distro que apesar da política bem rígida de manter-se livre, começou a dar sinais de que o tempo urge e o idealismo se arrasta.

O Ubuntu mostrou o que pode ser feito e muito bem com um Debian... imagina a Microsoft com ele (e dinheiro) nas mãos.

Conclusão

Software nunca foi e nunca será livre, exceto para aqueles que quebrarem as regras, pois no fim a coisa sempre acaba numa pilha de dinheiro.

Refs:

Dunc-tank
Debian experiments with funding group to release 'etch' on time
Dunc-tank to help Debian Etch
My commitment in Debian, dunc-tank,...

Edits: correções minors

sexta-feira, novembro 24, 2006

Organização e Subversão

Há alguns dias atrás me deparei com o velho problema de recuperação de dados de vários servidores para recompor um projeto e seu histórico.

CVS

Usei o cvs por um ano e achei muito prática a sua aplicação. Mas após 54 interações do projeto, me deparei com a triste realidade: a coisa ficou descontrolada.

O resultado foi o abandono completo da utilização devido a tempo de resposta para backup e recuperação. A explicação é simples: utilizo muitos binários no diretório de trabalho e constantemente estou relocando diretórios. Estes movimentos causam retardo generalizado na manutenção e uso do cvs.

Mas a função deste aplicativo é indispensável para quem quer trabalhar de forma controlada e produtiva com desenvolvimento, seja ele qual for, não limitand0-se apenas na produção de software, seu maior objetivo. Serve para documentos, sites, planilhas, etc.

Subversion

Há muito ouço falar do subversion e não havia experimentado até o mês passado, quando decidi fazer alguns testes e fiquei impressionado com a facilidade na migração.

Migrei o referido projeto como teste e o tamanho do repositório ficou reduzido a cerca de 10% do tamanho do original do cvs, com toda a trilha de histórico.

É fato que encontrei (e ainda estou encontrando) algumas dificuldades com o uso. A principal delas foi entender o repositório e como é organizado. Uma vez dominado este assunto, restou-me a mudança de alguns hábitos. E não demorou muito para que eu colocasse o projeto que estou trabalhando atualmente sob o controle deste aplicativo.

Conclusão

Migrar para o Subversion é uma solução - nada subversiva - de organizar nossos projetos pessoais.

Referências


O livro que é FREE - Controle de Versão com Subversion
O site do patrocinador - Tigris

Meu Laptop

Penso que laptops serão o alvo do mercado a partir do ano que vem e iniciei a minha migração definitiva.

Preparativos

Apesar de ter um desktop adquirido recentemente, resolvi encaixar meus trabalhos no meu velho Acer Travelmate 260 (comigo desde 2002).
Fiz uma "limpa" no treco XP que roda muito bem e passei a usar esta interface gráfica (me recuso a considerar este treco como um sistema operacional) pois, infelizmente o novo xorg da versão etch (e também do ubuntu) se recusam a funcionar direito com o chipset do meu vídeo - I810.
Mas a solução está melhor do que o esperado. Separei apenas 5GB do pequeno hd de 20Gb do computador e disponibilizo os 15GB restante via coLinux/Samba na distribuição Debian/Stable que roda paralelamente com o treco xp.

O melhor é que, dos 5GB reservados para o treco xp, apenas 3,2GB estão sendo utilizados sobrando uma área de manobra de 1,8 GB.

Toda a parte importante de fato: meus arquivos e sistemas, repositorios e shared ficam no "servidor" umboo que, como já dito, roda em paralelo.

O Boot

A parte de boot fica então sendo gerenciada pelo GRUB que boot por default no treco xp e quando quero acessar diretamente o Debian , tenho a opção de boot independente.

O problema maior (e que já me pegou) surge quando coloco o treco XP em hibenação e dou o boot direto no Debian... O Debian funciona bem, mas quando volto para o treco XP, está feita a lambança... Dai tive que reinstalar (apenas o disco de root) quando ocorreu. Mas o estrago poderia ter sido bem maior.

Vantagens

O Debian então roda o Apache, Squid, Postgres, Samba, SVN e passo a contar com a segurança e rapidez das partições reiserfs.

No Treco XP eu fico então com as versões "win32" de aplicativos que já venho usando há anos. Entre eles:

E também os utilitários de linha de comando
Portanto o sistema fica livre de coisas "pagas e proprietárias", exceto o treco xp, que já veio de fábrica com o laptop (se foi pago, pq não usá-lo?), me dando a vantagem adicional de aprender a controlá-lo no modo linha de comando que, diga-se de passagem, é muito eficiente.

Novas perspectivas

Como a minha visão de futuro aponta para o uso mais intenso de laptops, andei dando uma olhada no que há de interessante no mercado e encontrei estas pérolas no site da CRN:

Notebooks que não decepcionam

E gostei destes

Panassonic Toughbook CF-51
Jetbook 9700P

Conclusão

Pretendo evoluir dentro destes limites e usar o bom desktop para atividade de servidor de apoio.

Initial import

Após relutar em usar um blog público, optei por fazê-lo para evitar adiar ainda mais esta tarefa.

Nestes últimos meses a vida anda bem tumultuada e eu sinto a necessidade e fazer uma trilha de acontecimentos para análises futuras.

Hoje... mais um problema sobre a "vida" digital: talvez o Debian esteja acabando.

Daí resolvi avaliar meus pontos de vista sobre esta distro e conhecer melhor a parte chata - política - desta situação e inteirar-me sobre ela. Ao ver a "turma" responsável do dunc-tank entendi que usar os blogs realmente seja um bom ponto de partida.

Chega de bookmarks desorganizados... blogar vai ser a minha nova trilha de memória.